sábado, 5 de outubro de 2019

O amor é custoso

Todo amor é custoso. Se não nos custa tempo, custa-nos as suas próprias demoras.

Vejamos bem: custoso. Não, doloroso.

Custa-nos conquistá-lo, mantê-lo, recriá-lo. Não amamos se não conhecemos, se não nos doamos. Se não esperamos um pouco para ter a rosa, restar-nos-ão apenas os espinhos.

Amor é semente amadurecida. Debaixo da terra existe somente a promessa do dia de primavera. É preciso maturar. É preciso deixar brotar.

Entre as mãos dadas e os pés cansados é que se encontram os olhos alvissareiros. Não há brotos sem sementes e vontade.

Não há amor sem paciência. É de todo dia. E todo dia tem que ter um pouquinho. De paciência. E de amor. E de bondade. E sempre, de vontade.

O amor é tudo que se disse sobre ele. E ainda tudo que fica entre as linhas. É todo bem querer. E esse silêncio que invade.