Há pedras e parcas memórias
Nas noites escorridas dos olhos fechados
Abundantes vontades de futuros.
Não esquecemos os caminhos
Mas estamos descalços e feridos
Nas mãos as sementes de músicas dormentes
Nos pés as danças enamoradas da vida
Penumbras e vislumbres
Janelas e paredes
Revelações e esconderijos
Desejo de vida
Em meio aos silêncios das despedidas
Há pedras e parcas memórias
Nas lápides, as ausências
Aquiescência de horizontes jamais avistados.
É noite.
Mas a madrugada avisa que vem o dia.
Não há como impedir.
Por entre as pedras há de brotar flores.