sábado, 29 de junho de 2013

Mapa

a felicidade reside em mãos
olhos
passos
que se veem
e sabem 
das marcas 
de amor que desenham pela vida afora.
agora
sinto o cheiro da felicidade 
que vem vindo do teu banho tomado
ansioso o meu coração
que só quer te amar.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

É fácil ser feliz

Ouço o cantar dos passarinhos
chove uma água bem fininha
Quem foi que disse que é difícil ser feliz?
Corre nas veias o pulsar do mundo inteiro
Um bom dia para esse dia bom
perfumando tudo de amor.

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Promessa

a gente prometeu amor
eu vou cumprindo a minha parte
com cheiro de flor nos cabelos
amor nos olhos e nas mãos
meu peito leve que deseja teu peso
minha boca que sussurra doçuras
para aplacar as agruras dos dias
a gente prometeu amor
eu vou adormecendo a noite
e raiando os dias
derramando poesia pelo teu caminho
a gente se encontra quando se vê
quando se mistura
e promete mais amor.




terça-feira, 25 de junho de 2013

Desmantelo de saudade

Posto que tudo é saudade
do ar que me invade
às palavras que profiro
sento-me neste final de tarde
a admirar as brasas da fogueira do dia de São João
dispostas desordenadamente
sendo lambiscadas pelo vento.

A saudade é esse desmantelo
esse desassossego dos olhos
que enxergam abraços nas roupas dispostas no armário
esse desalento
esse descompasso
do presente que só lembra do passado.

Posto que sou saudade
parto sem nunca partir
da infância cheirando a lavanda
das mãozinhas segurando as minhas.




quinta-feira, 20 de junho de 2013

Imenso

eu tenho em mim todo amor que cabe no peito
ah! mas há dias em que ele escorre pelas mãos
entope meus poros
faz brilhar meus olhos.
todo amor que há na minha vida
cabe inteirinho
nos abraços que tenho nos meus braços.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ao chover toda natureza se renova

Ah!
Ficaram molhadas
as telhas,
as calhas,
as paredes,
as redes.
Escorreu o céu em gotas
pelas janelas,
pelos meio fios,
pelos cabelos da meninada
pelas ruas ressequidas.
Foram lavadas
as dores
os amores
as flores.
Ao chover
toda natureza se renova

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terça-feira, 18 de junho de 2013

Fortaleza

De repente era apenas aquela paz
saída daquelas mãos que seguravam as minhas
As coisas simples são assim
chegam e nos fortalecem.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Na rede

Fim do dia
começo da noite
nosso amor balançando na rede.
Felicidade essa de me abandonar
a tua respiração.
Meu coração insiste em contar estrelas
e segredos.
Em teus braços amanheço ensolarada.

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Escolhi

Ouvi aquelas palavras
todas elas
Quis acreditar e seguir em frente
Dei minhas mãos
dei meu coração
Naquela noite ouvi o pulsar do universo
o cheiro forte da vida.
Escolhi continuar e fui.

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domingo, 16 de junho de 2013

Pedrinha

eu
pedrinha minúscula
seixo
grão de areia
alterado, levado, açoitado, acariciado
pelo vento
eu
moldo, mudo, transformo
o mundo

Mutação

Um coração 
um calo
uma casca

Transformai o caminho em casa
a dor em escada
o silêncio em sinfonia

Que o corte vire estrada
o punhal se transmude em cinzel

Criai uma alma capaz de abrir asas
como passarinho
que tem nos olhos a certeza do ninho.

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Conjugando

Aprendi a conjugar o verbo viver
na primeira pessoa de todos os tempos
eu sou feliz
eu era uma flor
eu serei uma estrela

Enraizei a vida nos meu olhos
e da minha boca só saem orações e agradecimentos.

Aprendi a conjugar o verbo viver
e todas as letras cabem na respiração suave
do meu contemplar.

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Do início

Derramou-se no leito como água correndo para o mar
Fora criada para amar e ser feliz
Inspirou a fragrante manhã
Recolheu as estrelas na sacola
Abriu os olhos e as cortinas
Fora criada para aquele amor
Aquele que segurava em sua mão.

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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Retorno

A solidão da ventania varrendo os cabelos
estava frio e era pálida a noite
Dentro dos olhos
cama, mãos, peitos e segredos
Não eram dois
havia tempo:
unidos com agulha e linha
como tecidos que vestiam o amor.
Separados pelo asfalto
deixavam pelos lados o perfume 
de quem sabe ser eterno
o que termina no ponto final.

Naquela quietude
ela aspirava o cheiro
do negro céu.
Mãos postas
em concha
para ouvir seu amor chegar.

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terça-feira, 11 de junho de 2013

Pétalas e digitais

Uma casinha no meio do terreiro
uma imensidão no centro do meu coração
Encho meus olhos de arco-íris
meu peito do ar dos currais e cancelas.
Ah! São as flores!
Elas, antigos e novos amores
Nós esparramadas
Nós emaranhados de linhas e pensamentos
Pétalas e digitais
Ficamos imóveis e disponíveis
esperando o sol nascer.

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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Eu sou feliz

Quero é gritar nos ouvidos do mundo
Eu sou feliz!
Tenho segredos nos meus olhos
e amor nas minhas mãos
Ando semeando nas janelas
os abraços quentes guardados para os dias de dor.
Meu sol se põe por detrás 
das lindezas de nossos beijos.
Descubro todos os dias que estou apaixonada:
logo cedo pelos passarinhos
à tardinha pelos jasmins das calçadas alheias
na noite escura pelo que ressoa dos teus olhos nas estrelas.

Eu sou feliz 
bem feliz
embora às vezes por um triz.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Receita para deixar de amar

Que nada me pertence
nem ao menos 
meu coração

Queria amar menos
se menos fosse sofrer

Alguém me ensine
a receita
que logo vou anotar
de como arrancar do peito
os preceitos de amar.

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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Para sempre a primavera

preciso saber de mim
perdida no desejo de amar-te
nasci na primavera
para ser tua linda flor

conta de mim
para o vento
do perfume que ponho nas tuas mãos
dos segredos que enredam
nossas hastes
das camas em que aguardamos
depois de amar
as revelações do nascer do sol

tu, minha vida 
vertida em versos
perdidos nas canetas 
nos canteiros

dentro dos teus olhos
plantei sementes de céu
abre-os e vê que sou tua 
flor
meu beija-flor.

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domingo, 2 de junho de 2013

Velejar

Um amor tão grande
que te chamo meu bem
quando já não estamos bem
Uma dor tão grande
que durmo sem fechar os olhos
unindo duas partes de mim sem ter linha.
Sou ponte sendo passo
Sou laço sendo traço

Vejo no espelho olhos tristes
histórias outras que não a minha

Essas lágrimas que se tornam rios
que velejamos em mim.

sábado, 1 de junho de 2013

Escolha

Estar entre a razão e o coração
Num mundo onde toda escolha é difícil
Formigam os pés.
Estar entre caminhar sozinho
e o conforto de entrelaçar as mãos
Ardem os olhos

Falta de rima
Sobra de amor.

Chove. Chove para lavar
levar, desaguar
Vejo nuvens por entre meus cílios.

(DE)crescente

Quando de repente a lua era crescente
olhei para teus olhos e não te reconheci
Doeu em mim
não saber de ti.
No meio da sangria
derramando-me em lágrimas frias
meu corpo querendo abraço
- senti-me sozinha.

Era muito mais do que eu podia aguentar
os quadros pendurados na parede
a madrugada escutava meus soluços
- não me respondia.

O silêncio do que foi dito
cioso de compreensão.
Lá fora era noite
No vazio dos lençóis também.