terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Cheiro de lua

Trazia no peito o cheiro da lua minguando
no peito, papoulas e arrebóis

Não era mais que uma menina
não trazia mais que horizontes
e esperanças de que a dor
(a sua e a alheia)
iria se transmudar em passarinhos.

Pela janela via o tempo
a criançada
a ventania
a moçada
a monotonia
-deslumbrada via a noite
via o dia.

Vez ou outra
quando a lua crescia
- cheia de segredos -
adentrava quartos
como flor alada.

A menina que habitava em seus olhos
muda
embevecida
vez por outra lembrava que crescera
(lua bela, lua linda, palavras de terna poesia)