quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Quem sou

Há em minha boca flores e espinhos
noites escuras como breu
dias claros como céu de abril.
Ora sei de mim
ora perco-me numa estrada sem fim.
Tenho olhos de lua
alma de estrela
por vezes meus pés são de areia
- um minuto depois estão de botinas
a espreitar as cercas.
Asas, antenas,
águas que correm
lágrimas que escorrem
palavras que profiro e calo.
Tantas sou, muitas fui.
Temo ser curto o tempo de permanência das raízes.