quinta-feira, 16 de junho de 2016

No sertão

Não quero avesso, tropeço, desmantelo
Aperreio, saudade, nem soluço
Quero uma rede, um chamego,
Sossego, bem querência,
Cochilo no balançado da noite.
Na soleira da porta o desejo de ficar
No debruçado da janela a saudade do partir
A gente se derrama pelos canteiros
Como semente de girassol
E suspiro de colibri.
E é só de amor a cantiga que canta a lua,
matreira e alcoviteira, no alumiar desse enlace de toda hora.