quarta-feira, 2 de março de 2011

Sempre igual

"Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não"...

Todo dia ela faz tudo sempre igual.

Ela nesse caso, sou eu...

A rotina faz parte da vida de todo ser vivente, mesmo daqueles que fazem atividades que são pura adrenalina. Há dias em que não noto, em outros me incomoda a mesmice do desenrolar dos fatos.

Na agência bancária, onde trabalho no atendimento, acontecem coisas pitorescas, processos em que tenho que estudar para compreender e agir, mas também há atendimentos em que já sei o que vou fazer quando o cliente passa na porta giratória. Permanentemente descubro que faço a mesma coisa e que fazendo a mesma coisa nem sempre faço igual. Essa linha tênue que amarra enquanto solta é a tranquilidade de lidar com o estresse ao qual me exponho e do qual me esquivo.

Todo dia ela faz tudo sempre igual... Sempre igual. Parece nome de produto para limpeza. Fazer tudo igual - vantagens: agilidade, conhecimento do passos, automatismo; desvantagens: falta de inovação, estagnação.

O trechinho de Chico Buarque lá em cima traduz o que sinto, e na hora que sinto. Ao meio-dia, e quase sempre muito depois desse horário, com fome, penso irritada em dizer não para muitas situações. Contudo, dizer não definitivamente não é uma das coisas que faço sempre. Então mais uma vez vou almoçar tarde, apago o fogo que não ateei, respondo sorridente sim.

Sei que devo parar com uns hábitos... Devo habitar ou deixar-me habitar por outros sentimentos, posicionamentos. Por enquanto vou exercitar um "sorriso pontual", treinamento para o ensinamento bíblico do 'sim, sim', 'não, não'.