terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Aceroleiro


por Elmário Ribeiro



Talvez essa formiga seja descendente daquela do Mário Quintana e somente por estar ali não precisemos mais do que contemplá-la no seu trabalho pequeno, de criatura pequena de Deus. Mas ela me olha, antenas enviadas pela foto digital do aceroleiro (é assim que devemos chamar um pé de acerola?).
Nesse globo cor de fogo, dependurado e advindo de uma humilde flor, está seu tenro corpo de operária. Cumpre seu destino. Cumpre ordens. Corta folha, corta fruto. Talvez dê a volta ao mundo - sem mover-se.
Formiga no formigueiro. Formiga no aceroleiro.
Gente esquisita e amiga.
Fogo no terreiro - porque queimamos o que amamos e até o que odiamos.