quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Insondável

o vento balançava seus cabelos. debruçada na janela, ela e seus pensamentos estupefatos. era dia de sol e tudo estava tão cinza naqueles olhos postos no horizonte.
escrevia poesias no céu da boca e derramava seus azuis dentro de um frasco de perfume vazio.
ao longe sentia-se o cheiro da saudade e podia-se ver mãos graúdas fiando um tempo de flores para os parapeitos das janelas.
sertão. tão sozinha, ela e o vento. ouvia-se falar dos segredos que pendurava nos escuros lunares.
não sabia falar sobre brotar e ser feliz. desejava ser a fada madrinha dos contos de fadas. conhecia bem os canteiros de jasmim. uma rosa para cada um. eram três, bem ali, pertinho da janela.
vento é coisa que não tem fim.

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