quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Chaves e senhas

Hoje ao inserir a chave na porta, ao retornar do supermercado, me ocorreu que temos muito mais do que chaves das portas e cadeados de nossas casas e que para acessar determinados lugares é obrigatório que tenhamos além das chaves, senhas.

Em ambientes públicos utilizar o sorriso faz-nos quase como o usuário master: via de regra, quem recebeu o sorriso vai retribuir - conexão feita!

A pessoa que ajuda no serviço de casa? A chave dela é a confiança. Existem chaves diferentes para diferentes tipos de relacionamento. Competência, criatividade, conhecimento.

Cada relacionamento estabelece uma chave e uma senha de acesso. E não são imutáveis, pelo contrário. É como no namoro: quando começamos há luzinhas vermelhas acendendo por toda parte - não temos conhecimento suficiente para que se abram as portas. A medida que o relacionamento evolui um simples levantar de sobrancelhas, um olhar, uma palavra será suficiente para compreender sem palavras.

Algumas pessoas são de fácil acesso, outras preferem encalacrar-se. Esses extremos não traduzem a mensagem que trazem em si. As pessoas mais reservadas, embora, na maioria do tempo, sejam mais assustadoras, quase sempre guardam jardins e fontes de inestimável beleza.

Não sei muito bem se traduzi o pensamento que me ocorreu logo mais cedo. Mesmo tendo as chaves é prudente utilizá-las com cautela. No coração do seu melhor amigo, ou do seu filho, ou do seus pais, daquela pessoa que lhe é tão cara, pode está havendo um evento que não lhe diz respeito. Então, mesmo com as chaves na mão, com o desejo infinito de partilhar, tenha a certeza de que sua senha pode ser usada naquele ambiente.