segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O sol se esconde porque sorrio.

Já quis abraçar e me escondi distante. Peço perdão pelos meus olhos tristes e minha boca solícita e sorridente. As inúmeras palavras que eu deveria falar são agora caminho entre o que vejo e o que reverbera nas finas paredes do meu coração sozinho, por escolha.

Não posso me prometer um caminho ao sol morno da tarde. A tepidez da água só existe na ânsia de senti-la a lambiscar meus pés - porque é sertão e já não chove mais. No sol morno encontro-me eu, exausta, sentada numa pedra, ouvindo as galinhas d'água lá longe.

Não se pode ser alegre sempre. Nem triste. Já aprendi, me recordo, que tudo são estações. O que preciso compreender e assimilar é o paradigma de que nem sempre chove quando choro e de que, às vezes, o sol se esconde porque sorrio.

Olho para trás. E para frente. Estou lá e aqui. Muito mais do que sei, sei que há. Exemplo claro é ser eu quem sou sem jamais poder tocar quem fui, ainda que ao sentir-me recorde-me da suavidade de outrora.