Não sei explodir e em seguida agir como se nada tivesse acontecido. Preciso de um tempo para macerar tudo aquilo. E como na questão da verdade, o tempo também apresenta a mesma dicotomia. A relatividade das coisas consome minha capacidade de agir rapidamente em determinadas situações.
E então as palavras param no meio da garganta, o abraço morre em muitos olhares compridos (nesse ponto a outra pessoa sempre me pergunta - por que é que você me olha tanto?), o silêncio cria uma capa protetora para minha incapacidade de lidar com aquilo que me incomoda. Tenho sorte de muitas vezes a outra parte me socorrer nessa agonia em que não determino pôr um fim. Minha racionalidade, meu senso de justiça...
A imagem da justiça é uma mulher, de olhos vendados, com uma balança. Ela tem uma vantagem: o que os olhos não vêem, o coração não sente. No entanto tenho que fazer minhas escolhas de olhos abertos e tenho que manter meu coração aberto.
Ninguém disse que viver era fácil, mas gosto de acreditar que podemos facilitar as coisas, embora me seja tão difícil lidar comigo mesma.