As palavras falam
calam os meus silêncios.
Tenho dormido com elas
esparramadas no meu travesseiro
noites frias.
Misteriosos esses meus labirintos
em que me encontro
me perco
e não ouço nem o ritmado amanhecer
do dia
que já entrou no meu quarto.
Tragam-me dicionários
que traduzam esse fremir
do que eu não disse
mas que anda estampado no meu peito
aberto
fechado.
Os silêncios calam
falam dessas palavras
de edificação
de muros e pontes.
Eu deveria ter marcado o caminho de volta.