quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pela porta

Aquela porta desenhada no chão
com giz e sonhos de criança
levava para outro mundo
tudo aquilo que não suportava mais sentir.

Para transportar dores e dissabores
pendurava mensageiros de vento
que sussurravam durante o dia
as minúcias dos seus olhos estrelados.

Toda aquela dificuldade de lidar 
com a dureza e aspereza do dia
transformava a noite 
em quadro pendurado na abóboda do céu.

Pela porta entrava o dia 
entrava a noite
cruzavam sua soleira
monstros, ogros, fadas, princesas, pessoas.

Pela janela ela fugia 
para sentir o alvorecer da vida.
Um mundo novo, um mundo antigo
na menina dos seus olhos.

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