sábado, 21 de janeiro de 2012

As visões do mesmo nunca se repetem

Quando somos pequenos, somos levados pelas mãos dos outros: para tomar banho, para nos alimentar, para atravessar a rua. Agarramo-nos às extensões das mãos, aninhamo-nos nos braços que parecem (e são) a fortaleza que nos separa do medo, da solidão.

Chega uma fase em que temos vergonha de segurar na mão, em público. A auto-afirmação não permite que nos mostremos frágeis e apoiar-nos traduz pequenez... Segurar na mão, só se for do namorado.

O tempo passa. Vem a maturidade e novo olhar. O tempo passa. E muito rápido.

Hoje vi um senhor e sua neta, possivelmente. Apoiado no antebraço, dizia algo para ela e sorria (semblante de cumplicidade). Com certeza, antes a levou nos braços a passear na mesma praça da cena de agora.

Somos mãos e braços. E abraços. Ternos. Fraternos.

As visões do mesmo nunca se repetem.