terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Cérebro desligado

No trabalho sou uma equilibrista na mesa de atendimento: telefone convencional, celular, clientes, colegas e zilhões de tarefas diárias e acompanhamentos diversos.

Olá para o colega que chega, bom-dia para o cliente que aguarda na linha. São metas de tempo de atendimento, de adimplência, de contatos telefônicos, de seguridade, de crédito pessoal, de utilização da internet, de captação de recursos. Oito horas de trabalho, no ar refrigerado - que é para os neurônios não derreterem...

Gosto do que faço. Gosto de atender as pessoas, de apertar suas mãos e resolver seus problemas ou evitar que venham a tê-los. Prestar consultoria, disponibilizar alternativas - fico satisfeita com isso.

Lido com meu estresse e com as impaciências alheias. Tiro de letra na maioria do tempo. A lição da cordialidade e disponibilidade apre(e)ndidas em casa faz-me mansa e humilde com as arestas não aparadas que se assentam de frente ao meu birô.

Muitas vezes faço coisas com as quais divirto-me ao lembrar: discar o número do telefone no teclado do computador, atender ao telefone de casa dizendo "Banco do Brasil, bom-dia!", esquecer para quem liguei e pedir para aguardar - enquanto forço minha memória a revelar 'o segredo'.

Costumo dizer que 'desligo o cérebro' quando faço as coisas meio no automático. É uma maneira de escapar da correria louca do dia-a-dia (e de liberar endorfina, ao sorrir de mim mesma).