segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Flores e besouros

Os pardais vêm até a bacia de ração do meu cachorro
Chegam sem cerimônia e levam no bico o alimento
Fazem festa. Saltitam e derrubam os grãos pelo chão.
Meu cachorro, chamado Sansão, fica deitado, não move uma pata,
Observando a cena.
A tarde morna, o silêncio da rua
Estou sozinha no meu quintal.
Não me escutam os pardais em meus gritos de solidão.
Tudo certo, tudo errado.
Sem meio termo.
Temo não indicar o caminho.
O sol está se escondendo
E vem a noite por sobre mim.
Não seria mais fácil ouvir as flores e os besouros?
Só ecoam perguntas - todas sem resposta.