quinta-feira, 31 de maio de 2012

Causa da nossa alegria

Sei que há, em mim, coisas a mudar. Sou imperfeita, mas fui feita à imagem de Deus. Talvez o que eu vou escrever logo em seguida seja entendido como um julgamento. Escrevo como observadora.

Há gente que vai à missa todo dia (ou quase). O que é louvável porque missa é um pedacinho da missão e a rememoração do sacrifício Daquele que tornou-nos passível de resgate. Hoje foi a última noite do mês de maio, mês dedicado a Maria - o sacrário vivo de Nosso Senhor Jesus Cristo. A igreja estava lotada e não havia lugares disponíveis para toda a gente que se encontrava na celebração. No geral, sempre há pessoas que apertam daqui e dali e acenam chamando para sentarem os que se encontram de pé.

Foi o que aconteceu hoje. Quando cheguei uma senhora apontou-me um lugar no banco detrás de onde ela estava. Aí eu achei interessante: uma das pessoas 'torceu a cara' quando me aproximei. Os outros fiéis afastaram cordialmente, ela não se moveu. Sorrindo, pedi: a senhora pode ir mais para lá, só um pouquinho?

Sem vontade, mas 'coagida', resmungou que tinha que retirar o óculos que estava posto ao seu lado. E assim surgiu um assento para mim.

O evangelho de hoje (Lc 1, 39-56) falava da disponibilidade de Nossa Senhora para ajudar: pôs-se a subir a montanha para ajudar sua prima Isabel, idosa, grávida de João Batista. O padre ressaltou em sua homilia que ama a Deus aquele que se dispõe a ajudar o próximo. E não se trata apenas de ajuda financeira e material.

Um coração gentil e generoso deve compreender que pernas cansadas são mais importantes que o descanso do seu óculos de grau. Talvez a senhora estivesse com muito calor e não quisesse que houvesse mais 'aperto' junto dela. Só falo do que vi (e senti).

O versículo 53 foi o que mais me chamou atenção hoje: Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. Os famintos não são os pobres de bens, são os que anseiam por conhecer melhor a vontade do Pai e querem fazer o seu melhor para que o reino se instaure ao menos na vida a que têm acesso. A esses Deus enche os corações de alegria, esperança e fé. Os ricos são os soberbos, os repletos de coisas que atravancam suas vidas, os que não enxergam os outros porque seus olhos estão cheios de ciscos e maus hábitos, a esses, Deus os despede com as mãos na mesma situação: vazias.

Poucas vezes ponho o título daquilo que escrevo, antes de escrever. Não dessa vez. Maria é a causa da nossa alegria. Cantamos para ela na ladainha: porta do céu, estrela da manhã, saúde dos enfermos, refúgio dos pecadores, consoladora dos aflitos. Ela não é Deus, mas é a mãezinha do Nosso Senhor. Para terminar, peço:  Maria, causa da nossa alegria, rogai por nós, que recorremos a vós.