quinta-feira, 10 de maio de 2012

Esquecimento

Não sei se por conta das tribulações diárias ou pela proximidade da conversão do meu motor pessoal para potência de 4.0, ando esquecendo de algumas coisas. Nada sério, que necessite de uma consulta médica para diagnosticar problema neurológicos ou afins. Sei que isso ocasiona algumas cenas pitorescas, como pegar o fone e discar no teclado do computador, completar a ligação e pedir para aguardar um pouco enquanto tento lembrar para quem liguei ou tentar abrir o carro de outra pessoa jurando que era o meu que estava estacionado ali.

Trabalhar numa agência bancária é estressante. O fato de ter que atender ao telefone, compatibilizar tempo de atendimento com atingimento de metas, atualizar dados cadastrais com verificação proativa de documentos na pasta (que está arquivada em um outro ambiente), efetuar treinamento pessoal, gerenciar a equipe, entre outras zilhões de atividades: é como andar na corda bamba, com os olhos vendados, sobre uma piscina cheinha de jacarés, respondendo para o chefe sobre o desempenho do dia.

Contudo, trabalhar onde se gosta é prazeroso. Gosto de fazer o que eu faço e ainda de quebra me diverto com histórias de colegas mais atarentados do que eu.

No texto "Bicho morto ou vivo" falo um pouquinho de como começou minha história de amor com o Banco do Brasil. A história de amizade com muitos daqueles adultos quando eu era somente um projeto de mulher, com certeza, desenhou parte de mim.

Um desses colegas, desatento com os detalhes, é protagonista de hilariantes casos. Vou contar só um, que é para não ficar sem assunto para depois...

Faleceu o familiar de uma funcionária. Vão, os mais chegados, ao velório. Fazem uma horinha e se informam sobre o enterro. Alguém informa que será às dezesseis horas. Como ainda era cedo, o nosso protagonista vai para casa almoçar e tirar uma sonequinha. Quando desperta do sono de beleza vê que já não dá mais tempo de ir para a casa da colega. Apressa-se em dirigir-se para a avenida do cemitério. Avista o cortejo, aguarda na calçada e acompanha os amigos e familiares do defunto. Passa os olhos naqueles rostos e pensa: que 'filas da mãe'... Não veio ninguém lá da agência!

Quando vai chegando junto ao portão da última morada encontra um vivente da agência, e dispara: cadê o resto do povo? E mais brabo: Só tinha eu, acompanhando o enterro!
O colega, rindo, sem controle, responde: o enterro já aconteceu, você veio acompanhando o defunto errado!

Tenho medo do que ainda posso fazer!