sábado, 14 de abril de 2012

Abrir-me em flor



Sertanejo
Meu corpo.
Não revela a minha alma de flores.
Estou sempre na primavera
Ouvindo melodias
Abelhas, músicas raiadas nos caminhos.
Sertão não vejo
Pedras e espinhos.
Do lado, beija-flor
Ó silêncio das águas
Que corre por entre os veios
As veias que piso com meus pés
Nas estreitas veredas.
Límpido, distante, céu azul.
Sertanejas minhas mãos.
Juazeiro, umbu no chão
Cheiro de jasmim no fim da tarde
Lampião sobre a mesa
Lembrando que vem a noite
De mansinho, cobrindo as cercas.
Flauta, zabumba, compasso do meu coração.
Maria, minha mãe
Marias, minhas filhas
A bênção seu Padre!
Que hei de dormir um sono breve
Crepuscular
Já vem vindo o orvalho
Preciso abrir-me em flor.