sexta-feira, 16 de março de 2012

Bisturi (para pensamentos)

Da janela da minha casa não dá para ver a rua.
As janelas da minha infância davam-me velhos e meninas como eu
Feira-livre às sextas e aos sábados - e histórias dos sítios
- contadas entre os fumos de rolo e os tijolos de queijo coalho.
Do meu quarto, hoje,
Miro a cruz, lá na serra disposta
Fito-a vez por outra, na frieza da noite.
Guardadas as lembranças
Ficam expostas saudades dos respiros, das janelas
Medito sobre a extirpação dessas ausências e diferenças.
Não há bisturi para pensamentos...

Em Arcoverde (PE)