quarta-feira, 14 de março de 2012

Comportamento. O Estreito de Bering.

Viemos do mesmo lugar? Talvez já tenhamos todos falado a mesma língua, possuído a mesma cor de pele, possuído as coisas sem possessão, dividido outras sem medir a parte antes de entregá-la.

Evoluímos? Temos luz, ruas pavimentadas, canteiros de flores, comida congelada, livros, vacinas, internet. Contudo se pensarmos um pouquinho, a caverna e as atitudes trogloditas ancestrais estão contemporaneamente bem a nossa frente (talvez morando conosco ou sendo nosso cartão de visitas).

Acho que pode ser verdade a teoria de que migramos pelo estreito de Bering ou que, para horror de alguns, o homem tenha sido 'plantado' primeiramente na África. E pode ser que, pela nossa natureza, aqueles que tenham migrado tenham sido importunados (ou tenham sido expulsos) -  e o nosso problema de convivência seja tão antigo que os melhores tratados de paz e boa convivência não sejam suficientes para banir esse gene da diferença do nosso DNA.

É difícil compreender a diferença e mais ainda aceitá-la. Nossa evolução deveria ter-nos dado um coração cartilaginoso. Um coração que estivesse em nosso cérebro. Esse nosso é músculo que pulsa mas não pensa.

Aí vamos nós, seres evoluídos: matamos e não comemos, construímos mansões e olhamos as favelas pela televisão, engravidamos e despachamos as crias em bolsas de lixo na lagoa,  fazemos licitação para obter o menor preço e desembolsamos o maior valor para a empresa de um familiar, traficamos órgãos e remédios, estudamos para tratar mal os pacientes, discriminamos os ímpares.

Talvez o estreito, na força da palavra, precisasse ser mais largo. Uns de nós passaram completos. Outros vieram somente invólucro. Vazios ficaram mais leves e ágeis (e perigosos). Misturamo-nos, afinal somos todos encantadores. Viemos do mesmo lugar. Resta saber quando o bem vai vencer o mal (e o cérebro é que será a tiete dos versos, fazendo-nos corar).

Endereço da imagem