quinta-feira, 29 de março de 2012

Pálpebras cerradas

Olhos de grão de areia, de ventanias, de cercanias
Era estendida no horizonte a sua vontade de viver
Estava sentada sobre o granito
Altiva e de pensamentos perambulantes.
Desenhados na fronte daquela menina
Finos traços - era mulher.
No seu peito todos os amores
Ardores cingidos nos seus pés descalços.
Havia lacunas entre os seus seios
e veios profundos nas suas pálpebras cerradas.
Ela era o outono naquele dia de verão.
Sabiam dos seus segredos
Os pássaros a voar no arrebol.