sábado, 14 de agosto de 2010

Poesia e Biscoito

O que me alimenta a alma e o que me alimenta o corpo: poesia e biscoito.
Poesia das palavras, do sorrir da lua, do brincar das nuvens.
Biscoito de aveia, chocolate meio amargo, feijão com charque - aprendi que vazio estando, não fica o saco de pé. Alimento o corpo e abasteço a alma.
Os amigos e a viola (eu não tenho uma, mas gosto de escutar quem tem e toca), o pôr-do-sol e as minhas filhas, o silêncio ruidoso das idéias e o meu amor.
O sanduíche bem quentinho, café forte, pão com manteiga, papa de maisena que minha mãe faz, bolo de trigo feito com ovo de capoeira, tapioca, macarrão com muito molho.
Representados nas palavras: o meu corpo e a minha alma.
Em minhas mãos trago linhas por onde escorrem as letras sussurradas, os gritos urgentes, as esperas infindas.
Em meus olhos guardo a minha alma. Nos olhos, não no coração. Minha alma tem ânsia de ver o mundo.
Tem fome da poesia de todas as coisas.
Quero engordar minha alma e manter magro o meu corpo.