quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quero ser borboleta

"Todo o bem, todo o mal que eles te dizem
Nada seria, se soubessem expressá-lo...
O ataque de uma borboleta agrada mais
Que todos os beijos de um cavalo."
Mário Quintana


Trago comigo, essas palavras.

Decidir, conduzir, tudo é muito complexo. Diariamente temos que escolher: a alegria ou arranjar mil motivos para justificar a tristeza; ter atitudes pequenas ou semear pequenas atitudes. Escolher entre a fruta e o chocolate, entre o banho frio ou morno, entre a televisão ou a casa do amigo, entre a doação e a acomodação. Somos os juízes das nossas vidas, os árbitros de nossas escolhas.
Nas sendas por que andamos encontramos pessoas diferentes, cada uma com sua história, cada uma com a sua verdade. Somos mesmo assim. Somos individuais e nessa particularidade cada um deseja ter o que é seu, ainda que seja a rispidez, a falta de hospitalidade, a ausência da humildade.
Deixei de comprar numa loja, que muito me agradava na oferta do produto, porque os donos destratavam seus funcionários, humilhando-os com palavras desnecessárias. Não sou obrigada a partilhar dessa ausência de Deus.
Os códigos de ética tratam de colocar limites onde a sua existência é tênue. Pena que apenas a sua existência não seja suficiente para reposicionamentos.
Em nossa curta, brevíssima, existência deveria ser constante a preocupação com o que vamos deixar de herança, de marca nos outros que vão ficar depois que partirmos. Porque, ainda que não haja mais respiração, haverá nos olhos que permanecerão abertos o horizonte da gentileza que desbravamos.
Mais grave é o machucado que não aceita lenitivo. Duras palavras e atitudes desmedidas não geram resultados perenes.
Quero ser a borboleta.