Os níveis de graduação pressupõem a existência de uma pessoa preparada para lidar com as diversidades e também com as adversidades. É claro que, no geral, há mais pessoas educadas, porém causa estranheza a forma rude e descortês utilizada como padrão em determinadas situações.
Os bancos escolares deveriam servir como reforço de uma educação recebida primariamente no seio da família. A urgência desses nossos dias tem impedido que sejamos mais vigilantes com o que aprendem nossos filhos.
Se por um lado somos mais tolerantes, suportando desobediências e afins, tornamo-nos intolerantes com o tempo e a consequência dos fatos.
Quando eu era criança ouvi muitas vezes a instrução de que "quando um burro fala o outro baixa a orelha". Lição simples para ensinar que cada um tem a sua vez.
Educação não é apenas nível de instrução, conhecimento adquirido. É também molde para polidez, solicitude, atenção. Um adágio popular apregoa que educação vem de berço. Em muitos casos é verdade, porque além da índole vem o exemplo. Mas a educação vem também da escola, do trabalho, da pracinha, do hospital - da convivência e da observação.
Aprendemos a ser educados. Aprendemos todo dia. Mesmo depois de termos deixado os bancos escolares e ainda que não os tenhamos frequentado.
Cobrar mais do sistema de ensino. Orientar como devemos nos portar. Treinar a gentileza como parte da educação. Bom-dia, com licença, respeito à fila e aos mais velhos, ouvir com atenção, cumprir horários.
Tudo isso escrito porque graduação, bom emprego, cabelos arrumados e salto alto não impediram uma senhora de tratar grosseiramente a pessoa que lhe servia. Da cena retirei as palavras polidas dirigidas pela pessoa com menos grau de instrução: bom dia, a senhora, desculpe mas não posso.