segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Escolha a alternativa correta

Somos o que há de melhor
Somos o que dá pra fazer
O que não dá pra evitar
E não se pode escolher

Tem um dito popular que costumo dizer quando estamos falando sobre pobreza monetária: só temos duas chances de enricar - uma quando nascemos ricos, outra quando casamos com um rico.
A primeira não deu, nasci numa família classe média. A segunda joguei fora. Fico rindo sozinha...

Quando nascemos não escolhemos quem serão nossos pais, nossos irmãos, se seremos pretos, amarelos ou brancos, se teremos cabelos lisos ou crespos, castanhos, pretos ou loiros. Não escolhemos se seremos menino ou menina. Bom, se temos participação nessa votação o caminho a percorrer durante nove meses faz-nos esquecer de tudo.

E há coisas sem explicação plausível. O que faz um bem nascido decidir atear fogo a um morador de rua? Um empobrecido se dedicar, dizer não à marginalidade, e formar-se médico, juiz, engenheiro, enfermeiro? Uma pessoa fruto de um ambiente que não vive a fé em Deus entregar-se ao sacerdócio?

Feitos da mesma matéria, com dons diferentes. Fico pensando que um pouco de igualdade e uniformidade seria bom, de vez em quando. É como se da mesma roseira brotassem margaridas, sorrisos-de-maria, angélicas, onze-horas e até rosas.

Quando é possível escolher, a grande maioria de nós opta pelo que há de melhor, pelo caminho reto - deixando à margem as vicissitudes, as volabilidades das escolhas vãs.

A simplicidade das coisas nem sempre é a simplificação das coisas. O que é simples pode ser complexo. Escolher a simplicidade é caminho íngreme, há grandes pedras feitas de consumismo, imediatismo, egoísmo - e estão soltas, prontas para rolar e esmagar-nos ao menos um dedinho.

Eu procuro escolher todo dia ser feliz. Falho durante o processo diário de colocar na minha bolsa apenas o que me vai ser útil e prazeroso: me irrito, me exalto, digo não aos que merecem sim e falo um sim sorridente àqueles que não compreendem nada do que está acontecendo, falo coisas que deviam calar, e calo coisas que eu deveria gritar.

Felicidade não se dispõe na prateleira. Não combina com o fast-service da nossa contemporaneidade. Não vem num saquinho, não se esconde nos livros de auto-ajuda. Está mais para obra de engenharia. Começa com um alicerce e vai crescendo, tijolo por tijolo - com a certeza de que vai ser necessária uma reforma de tempos em tempos.

Ironia? Às vezes não temos alternativa - me apaixonei. Meu amor para a saúde e para a doença não veio com uma botija. Como escrevemos no MSN: rsrsrsrsrsrsrs. Não me arrependo. Enriqueci em outras coisas. Sobre isso, escreverei depois.