domingo, 19 de setembro de 2010

As sementes e o tempo

Como desacelerar o pensamento?
O sentimento, a emoção?
Diminuir a velocidade do vento e do tempo
E sentir por mais um pouco o perfume do jasmineiro?
Deixo de lado os mistérios das coisas não resolvidas
Pois preciso, sobremaneira, mergulhar
Nas pequenas coisas deste dia
Ter os olhos límpidos
E trazer atrás de mim
O rastro de minha alma semeadora.
Silêncios profundos - assim mesmo, no plural
Reticências entre o desejo almejado
E o jardim brotado da árida terra do quintal.
Não tenho respostas
Sou interrogações e quase sempre exclamações.
Nas sementes que guardo em meus bolsos
Em meus olhos e em minhas mãos
O freio lenitivo com que esbarro
O ocaso avermelhado.
A minha alma. O infinito.