terça-feira, 7 de setembro de 2010

Meia palavra

Impotência: falta de poder.
Não ter como resolver determinada situação. Os meus tropeços, as minhas quedas e soerguimentos, meus vãos, tudo nas mãos do Senhor. Mas às vezes fico estática sem conseguir dar um passo que talvez ajudasse a resolver a pendenga.
Lidar com os melindres alheios e ao mesmo tempo seus. Difícil.
Escrevi sobre conselhos. Em alguns casos são inúteis. Os ouvidos não os querem escutar.
A convivência. A conivência. A intolerância. O amor. A paciência.
Quando amamos, ao mesmo tempo em que nos doamos, refletimos no outro a expectativa de que sejamos aceitos, amados, notados.
Precisamos de recompensa.
Não estou dizendo que o amor é interesseiro. Partindo do amor materno, que tudo doa: a mãe fica esperando aquele sorrisinho sem dentes, destinado só a ela. É uma recompensa.
Quando existe amor mas a vida se encarregou de apresentar certos obstáculos, e os envolvidos, por quaisquer que sejam os motivos, desistiram de juntos ultrapassá-los, surge uma porta com cadeado. Um tem a porta e o outro a chave do cadeado. Intimamente querem ir juntos ao passeio. Porém um não cede o caminho, o outro não se dispõe a andar. Ficam ambos à porta, sentindo o cheiro da chuva e recordando como já foi bom retornar molhados e juntos, compartilhando entre si do mesmo sentimento.
Para bom entendedor meia palavra basta. Alguém precisa falar. Alguém precisa escutar. Meia palavra.